
Aparições como as de Nossa Senhora em Angüera, na Bahia, repetem o enredo das ocorridas em Fátima, Portugal, e existem registradas pelo próprio Vaticano em centenas de locais em vários continentes até onde alcança a narrativa mais popular do marianismo católico.
Num domingo em Salvador conheci uma família espanhola com um patriarca canceroso esperando um milagre. O jornal A Tarde acabava de registrar na edição daquele dia de sol na minha gostosa capital baiana, os acontecimentos em uma fazenda em Angüera, e a conversa girou em torno da reportagem. Lembrei aquela cena na sala da minha amiga espanhola quando minha mãe, pouco depois de chegar da viagem e arriar as malas, expressou o desejo de conhecer o santuário da Rainha da Paz. Você conhece? não, eu não conhecia, e ela não ficou surpresa mas se entristecia porque não me via o religioso que ela por certo sonhara, mas a compensei e uma tarde inteira passamos na fazenda Malhada.
Agora em setembro a história do vidente Pedro Regis e das aparições da Virgem de Angüera completam 33 anos. Num dos últimos documentários sobre as aparições, feito pela Tv Canção Nova. clique, Pedro conta como tudo começou, quando criança na porta da escola, e revela que encaminhou à Arquidiocese de Feira a documentação com 30 milagres ocorridos através do fenômeno que acontece ali.
A Igreja Católica convive normalmente com a romaria mas não há reconhecimento oficial. No documentário da tevê, o arcebispo dom Zanoni dá declarações pacificadoras sobre os eventos. Desde que surgiu a romaria a então Diocese de Feira formou uma comissão que analisa o caso canonicamente sem até agora dar nenhum parecer.
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