Os meninos de Zé Alves – Gean e Jaitan – não esperaram o pai morrer para escrever a história “do velho” e fizeram o documentário áudio-visual “O Retratista”, contando a vida desse fotógrafo lambe-lambe da praça central da cidade de Feira de Santana. Zé Alves saiu da roça, onde lutava com gado, era vaqueiro, e veio para a cidade.
Conheci Zé Alves no jornalismo, através do jornalista Wilson Mário, um descobridor e incentivador de talentos. Madalena de Jesus, André Pomponet, muita gente trabalhou com ele cumprindo as pautas da vida…foco certo, sensível no olhar o fato.
Pois bem, o documentário “O Retratista” chegou num momento delicado da vida do pai deles e de outros profissionais que há mais de 40 anos trabalham na praça que já tem o nome do profissional que eles são: Praça do Lambe-Lambe.
O Poder Público de Feira de Santana, obcecado pela remoção de feirantes e camelôs das ruas centrais da cidade, expulsou também os lambe-lambes dos seus locais de trabalho. Há em Feira de Santana um tipo de pensamento sobre a cidade, que é aplicado na prática pelos Poderes Públicos, que ainda está ancorado no conceito de progresso do início do século passado. “A Feira nunca se aceita como feira” e há um constante movimento para tirar da paisagem urbana algo que remeta a essa vocação.
A praça do Lambe-Lambe tem outro grande “inconveniente para o progresso da cidade”: ali acontece uma feirinha de frutas tradicionais ou de época que não deve nada a nenhuma do mundo inteiro….mas não vou me alongar.
A praça é do povo.
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