×
Blog da Feira
  • Cidade
  • Cultura
  • Colunistas
  • Política
  • Distritos
  • Quem somos
Blog da Feira
  • Cidade
  • Cultura
  • Colunistas
  • Política
  • Distritos
  • Quem somos
Avatar photo
Antônio Brasileiro
domingo, 12 de dezembro de 2021 / Publicado em Colunistas, Home

Poesia de Antônio Brasileiro

Compartilhar:

  • WhatsApp
  • Facebook
  • Bluesky
  • Twitter
  • Telegram
  • LinkedIn
  • Threads
  • Mais
  • Imprimir
  • E-mail
  • Reddit
  • Tumblr
  • Pinterest
  • Pocket

EU NÃO QUERIA SAIR DAQUI

/ Eu não queria sair daqui.
Pelo menos esta noite eu não queria sair daqui.
Positivamente não queria.
O coração bate num compasso bom,
o silêncio do vulto daquelas árvores é bom.
Até o ronco distante de caminhões na estrada é bom.
Fazem-me pensar que existo, porque tudo existe.
Ou porque existo, tudo existe.
Mas este não é também o momento de filosofar.
Filosofar é sempre viver menos.
O que eu não queria mesmo era sair daqui.
Pelo menos esta noite. Uma noite, bem se vê, igual
a todas: a ordem material das coisas anda
sobre os trilhos.

Ademais – ora, ademais! seremos agora prosaicos? –
já naveguei alguns mares voei alguns ares fiz uns
rastros (leves, é verdade), de modo que –
não, não sairei
daqui.

/ Olho o céu já quase escuro
e sinto uma certa pena das estrelas.
Sou mais feliz que todas as estrelas.
As pernas estiradas sobre a mesa,
vejo-as passar – e eu aqui.
Parte de nós
é carne
ou que nome se dê ao álcool maior, à
razão esquiva, esta boba que sequer bebe
ou vê aquelas estrelas
como as vejo, passageiras.

Porque toda estrela é passageira. Na palma
da nossa mão, pesa um oh!

/ Mas não vens. Nem te quero
– carne, metafísica ou lucidez – não
te quero. Estou aqui e hei de estar aqui.
Aquela que chamei de Ana morrendo um pouco
no peito. E envelheço. Ana,
não. Ela é a mesma nos seus vinte anos.
Inventar é parar o tempo, eterno é o que amamos. Ana
está aqui. Eis que chega. Vem da fonte.
Passou por mim com o jarro de água no ombro,
a blusa molhada a transluzir seus seios.
Mas é noite, não a vi. Não a vi.
Ana é só o vulto a confundir-se com a Ursa
Maior. Nesta cadeira
conto dias. E escurece. Um homem
é só esse contar dos dias enquanto a noite desce.

  • Sobre
  • Últimos Posts
Antônio Brasileiro
Antônio Brasileiro
Poeta, professor, ficcionista, ensaísta e artista plástico. Membro da Academia de Letras da Bahia.
Antônio Brasileiro
Últimos posts por Antônio Brasileiro (exibir todos)
  • Não Me Acharão Nunca - 30/07/2023
  • Poesia de Antônio Brasileiro – MARIA - 21/02/2023
  • Poesia de Antônio Brasileiro - 08/04/2022

Compartilhar:

  • WhatsApp
  • Facebook
  • Bluesky
  • Twitter
  • Telegram
  • LinkedIn
  • Threads
  • Mais
  • Imprimir
  • E-mail
  • Reddit
  • Tumblr
  • Pinterest
  • Pocket

Relacionado

Privacy & Cookies: This site uses cookies. By continuing to use this website, you agree to their use.
To find out more, including how to control cookies, see here: Política de privacidade

Arquivos BF






Blog da Feira: Jornal de Notícias de Feira de Santana

© 2023 Janio Costa Rego Comunicações - Todos os direitos reservados
Política de Privacidade

TOP
Blog da Feira