A Matriz tá precisando de uma guaribada. Me lembrei do jornalista Geraldo Lima falando com aquela voz grave e muita seriedade no rosto que pode explodir numa risada a qualquer momento. Se alguém o vir, diga que o abraço daqui. Pois bem, de fato, toda ela está precisando mesmo de uma guaribada. A Igreja, praça, jardim e a estátua do Padre Ovídio Alves de São Boaventura, aliás, estátuas, pois há a criança pegada ao casaco napoleônico que vestia o santo vigário da Catedral naqueles idos monárquicos. O conjunto é uma relíquia e está em perfeito estado, falo do pedestal metálico que inclusive é arte recente. Corroído mais uma vez aquela meia-bola(?) que também é arte. Há fotos com o pedestal original, inclusive em outro lugar do largo que se estendia até…o casarão hoje do Sesc. O pedestal metálico deu-lhe imponência mas colocou o pároco distante da veneração popular. Quem a encomendou ao escultor francês, um coronel Intendente,claro, queria torná-lo um santo pelas obras aos pequeninos. Também queria notoriedade e espalhou que pagou a escultura com recursos próprios até hoje repetido pela história oficial. É problema seu acreditar. Mas o fato é que Padre Ovídio teve tudo pra ser santo e se não sabemos algum dos seus milagres é porque esse tipo de fé e religiosidade católica em Feira não pegou, não vende muito bem, apesar de nossa profunda fé em coisas mais passageiras e cotidianas como a política. Mas esse não é o assunto dessa extensa legenda. Sextou.
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