
Jurivaldo Alves, da Banca de Cordel do Map, foi propagandista. É uma das atividades das quais mais ele tem orgulho. Se capitão Jurí já fala alto, quando conta as histórias da vida de propagandista ele grita de entusiasmo e invariavelmente revela o desejo de escrever um livro sobre os causos que viveu no ofício que está em extinção quase completa. A indústria farmacêutica não dá mais espaço para os criativos vendedores de remédios, fórmulas, comprimidos, pastas, xaropes, inúmeras fabricações industrializadas ou não, meizinhas que salvavam e aliviavam dores das pessoas de lugares e cidades distantes dos grandes centros urbanos. Mantendo a tradição criativa de propagandista, Jurivaldo inova constantemente sua atividade na Banca de Cordel. Que não tem só cordel e livros. O espaço do capitão Jurí é um antiquário. Tem moedas raras(e caras!) para colecionadores, tem objetos antigos e peças de um museu sertanejo também à venda se o cliente quiser. Para incentivar a venda de Cordel, Jurivaldo implantou o “Pegue e Pague”. Mesmo sem a presença dele o cliente escolhe o cordel disponível e coloca o dinheiro no Caixa improvisado como mostra a placa. Uma fina lição de capitalismo civilizado em pleno Mercado de Arte Popular da Feira de Santana. É isso aí, mestre!
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