A votação do Orçamento 2023 de Feira de Santana, prevista para essa semana, é o primeiro teste de equilíbrio e liderança da presidente da Câmara, vereadora Eremita Mota (PSDB).
Além da enorme quantidade de emendas ao Orçamento (cerca de 50), há um ponto crucial para a gestão pública que vai exigir da nova Presidente uma delicada articulação e diálogo com seus pares: a capacidade de remanejamento orçamentário do Poder Executivo. A proposta do governo municipal é poder remanejar até 40% dos recursos entre Secretarias e órgãos, um percentual que encontra forte resistência.
Parlamentar com grande experiência na Casa (está no seu quinto mandato), ela tem à frente o desafio de resgatar a credibilidade do Poder Legislativo Municipal desgastado nos últimos dois anos por uma legislatura conturbada e disfuncional, onde o narcisismo e os interesses pessoais prevaleceram, apesar dos esforços para interpretar xingamentos, brigas em plenário, afrontas ao regimento interno e à harmonia entre poderes como “independência legislativa”.
Eremita tem a opção de seguir no mesmo estilo do seu antecessor, que liderou e agrupou uma oposição sistemática à administração do prefeito Colbert Filho (MDB) ou traçar um caminho de verdadeira independência que seja condizente com as normas civilizadas e democráticas.
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A julgar pela entrevista a respeito do concurso da câmara, credibilidade não chega nem perto de ser uma prioridade.