Foi um estrondoso sucesso de vendas o lançamento do Condomínio Alphaville em Feira de Santana, há 12 anos (2011). Em um só dia foram vendidos todos os 397 lotes do luxuoso empreendimento localizado às margens do Rio Jacuípe e da BR 116 Sul numa privilegiada área de 440.843 m². Verdadeira griffe imobiliária nacional, o Alphaville de Feira prometia um “novo padrão de urbanismo” que revolucionaria o mercado imobiliário na segunda maior cidade da Bahia. Houve casos de investidores que compraram 30 lotes, de uma vez só, naquele eufórico dia de lançamento. Mas a decepção veio logo e rapidamente o Alphaville tornou-se o maior mico do mercado local com compradores desistindo e acionando a empresa na Justiça quando abriram os olhos para um erro crasso no planejamento logístico, uma bomba que estourou no ato da entrega dos lotes: para sair do condomínio o morador teria que fazer um retorno a mais de 10km do local pela movimentada BR.
Acuada pelos clientes que entraram na Justiça, a empresa acertou-se com o DNIT e construiu um túnel de retorno mais próximo. Mas o estrago na imagem do empreendimento já estava feito. Além dos desistentes, a maioria dos proprietários que permaneceu com os terrenos não iniciou construções e apenas 13 casas, das poucos mais de 20 construídas ou em construção, estão ocupadas por moradores. Um fracasso que o empreendimento tenta contornar.
Hoje uma empresa administra o Condomínio cobrando taxas que variam de acordo com o tamanho do lote. Ano passado, diversas ações indenizatórias foram julgadas e alguns clientes insatisfeitos receberam quantias em torno de 1 milhão de reais. Nas redes sociais, anúncios oferecem casas já prontas no condomínio a preços que chegam a 900 mil reais, assim como lotes de 400 metros quadrados em torno de 170 mil reais, preço muito abaixo do que foi estipulado no lançamento do empreendimento.