Chico Petronilo, da Catingueira, era ‘aluizista’ mas nunca aceitou naturalmente o nome que o governador Aluízio Alves escolheu para nomear o município que criou no Rio Grande do Norte: Doutor Severiano.
Se era pra homenagear uma pessoa e mudar o nome do povoado de ‘Mundo Novo’, que essa homenagem tivesse sido feita a Cristóvão Colombo, conhecido como ‘Tôtô’, dizia meu avô, encasquetado, como muitos moradores daquela serra nos idos de 60 do século passado quando essa mudança aconteceu.
‘Seu Tôtô’ foi o verdadeiro desbravador benemérito daquelas bandas da serra de São Miguel ou Camará, especialmente do povoado onde ele residiu e que tornou-se cidade com o nome do advogado seridoense e ex-deputado norte-riograndense, Francisco Severiano de Figueiredo Sobrinho, o Doutor Severiano.
O desconforto de meu avô e outros nunca alterou nada. Doutor continua Doutor e Cristóvão Colombo, Tôtô, é apenas uma rua importante que talvez muitos pensem que seja uma insólita homenagem ao ‘descobridor’ das Américas…
A casa onde Tôtô morou continua de pé (casas velhas têm vida…!) Talvez seja a edificação original mais antiga da cidade que ainda não foi derrubada em nome da “modernidade” como foram o Mercado Público e, bem recentemente, com as “bênçãos” da igreja católica, o antigo Grupo Escolar!
O grupo escolar…foi lá onde o sanfoneiro Geraldo Belisário (que toda região conhece ou sabe quem é) chegou pra tocar seu primeiro forró nesta cidade (uma festa de casamento!) de onde nunca mais saiu pois naquele dia apaixonou-se à primeira vista por uma moça com quem namorou, casou e teve filhos…uma história de amor de artista.
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