Tem um barbeiro, um respeitável senhor, centenário, abrindo seu ponto na batalha diária, atendendo velhos e novos fregueses como aquele garoto acompanhado do pai amoroso e sorriso aberto vendo-se na criança;
tem o percussionista da Rua Nova, há décadas, ali, fazendo o som ancestral de suas convicções, sacerdote de um pequeno templo da capoeira é aquela loja dele no centro da cidade;
tem dona Ana da Maniçoba,e talvez até esse nome bastasse, para dar a dimensão telúrica, e status social, do Mercado de Arte Popular de Feira de Santana e tem tantas outras figuras cujos pais, avós, bisas, remontam ao velho Mercado das décadas anteriores a de 70 quando ele foi fechado e reaberto como MAP. Há laços de continuidade que lhes dão direitos sobre os espaços. A revitalização do MAP há de passar, antes de tudo, por todas essas pessoas. É preciso haver estímulo, crédito e investimentos para quaisquer mudanças que surjam como propostas para o MAP. Os comerciantes da Salles Barbosa, que querem sempre mais consumidores e mais tempo (abrir à noite, por exemplo) devem também acreditar mais no equipamento público chamado MAP como uma âncora comercial inquestionável para seus negócios. Infelizmente Feira costuma fazer tudo sem muita reflexão, na pressa exacerbada de ser “moderna”. Mas isso também pode mudar…
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