Padre Ovídio, até a chegada do Almirante Tamandaré, era a única estátua de corpo inteiro da Feira. O almirante, está ao lado da plácida Lagoa do Geladinho, e o Padre continua onde está, ao lado da Matriz de Sant’Anna. Onde ele está hoje, sobre essa esfera concavada, era um olho d’água, transformado em tanque que abastecia a igreja. E esse Padre Ovídio sobre esfera não estava aí, mas sobre um clássico pedestal, no centro da praça que leva seu nome.
Você conhece Carlos Alberto Almeida Mello? Já ouviu falar. Biógrafo da maestrina Georgina Erismann (tentou, inclusive, trazer os restos mortais da autora do Hino a Feira mas, por motivos que explicaremos outra hora, foi impossível), autor de diversos livros sobre figuras honoráveis (o último, sobre a cantora Dilma Ferreira, (ícone musical feirense), parceiro de outro Carlos, o Brito, na saga cultural da Fundação Senhor dos Passos para deixar rastros relevantes da história da Feira, com Zadir Porto, tocaram a Folha do Norte até quando puderam. Tem mais coisas. Fico por aqui.
Apois Mello, em suas observações sobre o centro antigo, que é o universo da memória de qualquer cidade, e por ele anda com a desenvoltura e a curiosidade de um jovem, nota que o Padre Ovídio, apesar de estátua de corpo inteiro, é apenas uma estátua sem identificação pois as placas transferidas do pedestal original já se foram, restando apenas uma, apagada pela tinta e pelo esquecimento.E Mello quer reavivar Padre Ovidio, acha que a nova cidade não sabe da importância do criador de asilo, filarmônica, do polêmico Montepio dos Artistas e muito mais, vibra o historiador.
E eu lhe dou razão, embora tenha dúvidas (como jornalista que procuro ser) sobre as versões sobre o Padre. Mas isso é outra história e não impede de abraçar a causa e pedir ao Arcebispo Zannoni Demettino e ao Pároco da Matriz que tenham as mentes abertas para as ideias de Carlos Mello.
Estátua esculpida na França, tem estilo napoleônico: o padre veste uma túnica de inverno europeu. A criança, angelical, reforça a imagem de caridoso e santo atribuída ao Padre Ovídio de São Boaventura.
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