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André Pomponet
sábado, 31 de agosto de 2024 / Publicado em Colunistas

O canto precoce do sabiá

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Foi no domingo de manhã. Depois de longos meses de silêncio, ouvi o trinado de um sabiá. O sol era caricioso e o céu, muito azul, já tinha um quê de primavera, até de verão. Ouvi-lo, então, tornou o momento na manhã muito mais especial. Atento, notei também o canto mais constante da casaca-de-couro e percebi que os bem-te-vis estavam mais álacres.

Tudo indica – pensei – que a partir daqui, virá o verão, dias de estio e muito calor. O inverno foi pobre de chuva e de frio. Alguns dias foram escaldantes, ao meio-dia o sol estonteava. Apenas a noite, com uma suave queda de temperatura, mantinha a lembrança de que ainda é inverno.

Pois, subitamente, as garoas do inverno reapareceram ao longo da semana, baixando a temperatura, resgatando os agasalhos dos armários e restabelecendo o caos no trânsito feirense. Simples deslocamentos pelo centro comercial da Feira de Santana tornaram-se verdadeiras provas de paciência.

A previsão do tempo indica que, mais à frente, as chuvas continuarão, com os efeitos do fenômeno La Niña. Quem vive no campo e planta feijão e milho se decepcionou. As chuvas que pareciam promissoras em março e abril escassearam. A plantação brotou, feneceu e morreu. Ironicamente, agora as chuvas voltam, numa espécie de inverno tardio.

“O clima anda louco!”, comenta-se, numa alusão às mudanças climáticas. É verdade. Chuvas e estios desafiam até a ancestral sabedoria de quem labuta com a terra, no campo. Talvez zombe até do sabiá que, imprudente, precipitou-se, antecipando seu canto que é exclusivo das estações ensolaradas.

Sei que, nos últimos dias, o sabiá desapareceu. Talvez tenha reconhecido que se precipitou. Entre uma chuva e outra, os bem-te-vis insistem e a casaca-de-couro sustenta seu canto em par. Há também os pios dos pardais. Mas os pardais piam o ano inteiro, não faz diferença.

Arrematando o texto, lembro das andorinhas, as que fazem o verão, conforme a canção famosa. Dias atrás cheguei a vê-las, rasgando os céus com o seu voo azulado, muito alegres. Mas desapareceram também, as nuvens pesadas, acinzentadas, tangeram-nas.

Amanhã começa setembro. Mas uns dias e chega o calor e o tempo das trovoadas típicas do final de ano. Virão este ano? Os metereologistas dizem que, no Nordeste, sim. Tomara que venham. Nem que seja para reorientar o nosso sabiá que, desde o domingo, desapareceu novamente…

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André Pomponet
André Pomponet
Economista pela Universidade Estadual de Feira de Santana (2002), mestre em Administração pela Universidade Federal da Bahia (2012), exerce o jornalismo desde 1995, quando ingressou no extinto jornal Feira Hoje. Posteriormente, atuou em outros órgãos de comunicação e foi Chefe de Redação da Assessoria de Comunicação Social da Câmara Municipal de Feira de Santana.É colunista do Blog da Feira.
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