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Mwanene
segunda-feira, 27 de janeiro de 2025 / Publicado em Colunistas, Home, Política

O poder perpetuado pela corrupção: Moçambique e a Frelimo [Textos Polítikos 2]

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[Leia a introdução à série Textos Polítikos clicando aqui]

Moçambique, desde a sua independência, tem sido governado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), um partido que, ao longo dos anos, consolidou um poder cada vez mais marcado pela corrupção, pelo patrimonialismo e pelo nepotismo. O que parecia ser uma luta legítima pela liberdade e pela soberania do país se transformou, ao longo do tempo, em um regime que visa essencialmente preservar os interesses das elites políticas e empresariais. A promessa de um Moçambique mais próspero e justo nunca se concretizou, e a falta de um projeto real de desenvolvimento nacional é um reflexo da ineficiência e da degradação do sistema político vigente. O poder da Frelimo tem sido sustentado por práticas corruptas, que não só enfraquecem as instituições democráticas, mas também aprofundam as desigualdades sociais e econômicas, deixando a população empobrecida e sem alternativas reais para o futuro.

Desde a sua ascensão ao poder, a Frelimo tem demonstrado um grande distanciamento dos ideais de justiça social e desenvolvimento que marcaram a sua luta pela independência. O que era para ser um movimento de emancipação do povo moçambicano se transformou em uma máquina política voltada para o enriquecimento das suas elites. O patrimonialismo, uma prática que confunde os bens do Estado com os bens pessoais dos governantes, é um dos pilares do regime da Frelimo. A utilização dos recursos públicos para fins privados e a distribuição de cargos públicos com base em lealdades pessoais, em vez de mérito, criaram um sistema em que as oportunidades para a maioria da população são limitadas. Esse modelo tem contribuído para a criação de uma verdadeira oligarquia, onde uma pequena cúpula de poder controla a maior parte dos recursos do país, enquanto a população, em sua maioria, continua a viver em condições de extrema pobreza.

Assim sendo, a corrupção dentro da Frelimo é uma das maiores barreiras ao desenvolvimento de Moçambique. Escândalos de corrupção têm sido recorrentes ao longo dos anos, envolvendo desde o desvio de recursos públicos até contratos fraudulentos com empresas estrangeiras, sem que as devidas responsabilidades sejam assumidas pelos envolvidos. A falta de transparência nas ações do governo e a impunidade de líderes políticos que cometem atos corruptos reforçam a sensação de que o sistema político moçambicano é uma estrutura que serve exclusivamente aos interesses daqueles que já detêm o poder. Isso cria um ciclo vicioso, onde a corrupção e a falta de responsabilidade política enfraquecem as instituições, afastando-as ainda mais das necessidades reais da população.

Além disso, a Frelimo tem se mostrado incapaz de apresentar um projeto de desenvolvimento nacional que seja inclusivo e que realmente atenda às necessidades da população. Embora o país tenha testemunhado um crescimento econômico nos últimos anos, esse crescimento não tem se refletido em melhorias significativas para a grande maioria da população. A falta de investimentos em setores fundamentais como saúde, educação e infraestrutura tem sido uma constante, enquanto os recursos são desviados para interesses pessoais e de grupos próximos ao poder. A promessa de um país mais desenvolvido e justo se mostra cada vez mais distante, à medida que as políticas públicas são moldadas para beneficiar uma minoria e não a maioria da população.

A ausência de alternativas políticas reais também contribui para o perpetuar do poder da Frelimo. A oposição no país é fraca e fragmentada, já nos alertava o intelectual Mano Azagaia, e o sistema político moçambicano tem sido constantemente manipulado para garantir que o partido no poder se mantenha dominante. A falta de liberdade para a oposição e a intimidação de vozes dissidentes tornam ainda mais difícil a emergência de uma liderança capaz de desafiar o status quo. A sociedade civil também enfrenta desafios para se organizar e promover mudanças, devido à repressão e à falta de um ambiente democrático genuíno.

Enfim, Moçambique está preso em um ciclo de corrupção e nepotismo que tem sido sustentado pelo partido Frelimo ao longo das últimas décadas. A falta de um projeto real de desenvolvimento e a consolidação de um sistema político ineficiente e corrupto têm gerado grandes desigualdades e empobrecimento para a maior parte da população. A promessa de mudança, que parecia ser o motor da independência, nunca se concretizou, e a Frelimo continua a dominar o país sem oferecer alternativas reais para o seu futuro. Para que Moçambique possa ter uma chance de prosperar, é fundamental que haja uma mudança profunda no sistema político, com a criação de um ambiente democrático genuíno, onde a corrupção seja combatida e as necessidades da população sejam finalmente atendidas.

Leia a série completa clicando aqui.

Foto: Giovanni Kessler

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Manuel Armando (Mwanene) é moçambicano, graduado em Humanidades e Licenciando em Ciências Sociais pela UNILAB. Pesquisa sobre estudos de conflito armado, terrorismo, islã e deslocamento forçado. Aspirante da Sociologia Política e poeta, toma o pseudônimo de Mwanene. Escreve de modo orgânico e metódico, com um forte afinco ativista e revolucionário, influenciado pelo rapper, militante e intelectual moçambicano Mano Azagaia; pelo militante, músiko, intelectual e revolucionário Fela Kuti e pelo revolucionário e intelectual orgânico Frantz Fanon.
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