
A questão que se coloca com urgência é: até quando o povo moçambicano suportará um regime que tem se mostrado cada vez mais autoritário e corroído pela corrupção? Sob a liderança da Frelimo, Moçambique se encontra preso em um ciclo vicioso, onde as instituições estatais estão totalmente subordinadas aos interesses partidários, e onde a política não é mais uma ferramenta de serviço à população, mas um mecanismo de perpetuação no poder. Embora o regime pareça estar cavando sua própria sepultura, sua resistência à reforma e à mudança continua aprofundando as desigualdades e a insatisfação popular.
A falta de uma verdadeira oposição política que possa desafiar o status quo contribui para a continuidade dessa situação. Em um cenário de impunidade generalizada e uma estrutura política fragilizada, as gerações atuais e futuras do país continuam a ser prejudicadas pela ausência de alternativas reais e concretas.
O ciclo vicioso da Frelimo e a falta de alternativas
A Frelimo, desde sua ascensão ao poder, tem demonstrado uma resistência férrea a qualquer forma de reforma genuína que ameace seu domínio. Ao longo dos anos, o partido se consolidou não apenas como uma força política, mas também como uma máquina de controle social e político, com um grande poder sobre as instituições estatais. Este controle abrangente tem contribuído para a corrupção sistêmica e o nepotismo, consolidando uma elite política cada vez mais distante das necessidades da população.
Embora o país tenha experimentado avanços pontuais, como a crescente exploração de seus recursos naturais, esses avanços não se traduziram em melhorias concretas na vida do povo. As promessas de desenvolvimento feitas pela Frelimo têm se mostrado vazias, enquanto a pobreza, a falta de infraestrutura básica e a insuficiência de serviços públicos continuam a marcar a realidade cotidiana dos moçambicanos.
Neste cenário, a oposição política é quase inexistente. Embora existam partidos de oposição no papel, estes não têm o poder ou a liberdade necessária para desafiar efetivamente o governo. Muitos se veem silenciados pela repressão política, ameaças, e pela falta de acesso a canais de diálogo e representação legítima. A subordinação das instituições estatais à Frelimo reforça esse ciclo de exclusão, criando um ambiente onde qualquer tentativa de mudança política é vista como um risco de vida e uma ameaça ao status quo. A verdadeira oposição, portanto, está sistematicamente enfraquecida, o que impede que o país experimente um avanço democrático real e sustentável.
Daniel Chapo [N.E: atual presidente de Moçambique, foto], uma figura política que emergiu como possível alternativa à Frelimo, indicado por seus camaradas, será capaz de romper com esse ciclo vicioso? Embora tenha sido indicado por camaradas dentro do próprio sistema, sua capacidade de desafiar o poder estabelecido será posta à prova. A história recente de Moçambique está repleta de líderes que, ao assumirem cargos de poder, acabaram sucumbindo à pressão do sistema, cedendo à corrupção e perpetuando as mesmas práticas que inicialmente criticaram.
O povo moçambicano, portanto, deve permanecer vigilante para garantir que suas esperanças por uma verdadeira mudança não sejam usadas novamente como instrumentos de manipulação política. Chapo, assim como qualquer outro líder que surja com promessas de transformação, precisará ser avaliado de forma crítica, para que não se repita o ciclo de traição das expectativas populares.
A Revolução da consciência: a única mudança possível?
Moçambique precisa de uma revolução, mas não uma revolução armada. O que o país exige urgentemente é uma revolução da consciência, uma mudança profunda na forma como a política é encarada e praticada.
O povo moçambicano deve se levantar contra o que tem sido chamado de necropolítica, uma política que prioriza o controle e a manutenção do poder, à custa da vida e do bem-estar da população. O regime da Frelimo tem se mostrado cada vez mais indiferente às necessidades mais prementes dos cidadãos, e a única forma de garantir um futuro mais justo e democrático é por meio de uma transformação interna, onde o povo compreenda a importância de lutar por seus direitos e de exigir um governo verdadeiramente comprometido com a melhoria de suas condições de vida.
Essa revolução da consciência passa pela educação política, pelo fortalecimento das instituições democráticas e pela construção de uma sociedade civil capaz de pressionar o governo a atender às reais necessidades da população. A verdadeira mudança só será possível quando a política deixar de ser uma ferramenta de opressão e controle, e passar a ser, de fato, um serviço para o povo. Isso exige um esforço coletivo e contínuo, onde cada moçambicano, consciente de seu papel na sociedade, lute por um país melhor e mais justo, igualitário e democrático.
O caminho para o futuro
O futuro de Moçambique sob a Frelimo é incerto, mas está claro que o regime atual, com suas práticas de corrupção, autoritarismo e falta de compromisso com a população, não pode continuar a definir o destino do país. A falta de uma oposição política efetiva e a resistência à mudança apenas aprofundam o ciclo de desigualdade e impunidade que já persiste há décadas. No entanto, uma verdadeira mudança é possível, desde que o povo moçambicano desperte para a necessidade de um novo modelo de governança, mais justo e voltado para o bem comum.
Terminando, Moçambique precisa de uma revolução da consciência, onde a política deixe de ser uma ferramenta de controle e passe a ser uma verdadeira aliada do desenvolvimento social, econômico e político. A mudança não virá de fora, mas do próprio povo, que deve se unir em torno da construção de um sistema político mais democrático e transparente.
A revolução não será uma luta armada, mas uma luta pela conscientização, pela participação ativa na política e pela exigência de um governo que trabalhe de fato para as gerações presentes e futuras. De momento, penso que o futuro de Moçambique depende da capacidade de sua população em se mobilizar e exigir o que é seu por direito, ou seja, um país mais justo, melhor, democrático e igualitário.
Tá muito bom esse texto pelo menos não foi mais um na qual se atacão o atual presidente Chapo pois ainda é um novo governo que levou em sua maioria na minha opinião pessoas conhecedoras da lei juristas e profissionais das ciências politicas ( digo ate agora o presidente deu o que e de Cézar ao Cezar para cada posição ocupada no novo governo) pelo menos até então não ha escândalos de corrupção e as coisas estavam a andar, jovem gostei do teu texto precisamos de vocês da ciência sociais e políticas para colocar aqui em Moçambique esse pais para que ele esteje no lugar dele ja vimos o que um engenheiro despreparado para ocupar posições de governação diferente de alguns outros engenheiros capazes, podem entre aspas criar e incentivar casos de corrupção “nem sei quem pode se acusar mas naquele mandato vamos dizer passo a expressa que o país que foi desengenherado no lado das finanças, resaltar que não estou a apontar dedos a ninguém ” mas prontos pelo jeito que se está a andar aqui em Moçambique espero para ver daqui a dois anos vamos ver os resultados da nova governação. Saudações