Sagrada cocada

Quando tinha cabelos na cabeça, diz lá ele, morou em Porto Seguro. Faz tempo. Se voltar lá nem conhece mais. Só no Calçadão da Salles Barbosa passou 25 anos da vida, vendendo cocada. Estava cansado da rua, levar e trazer a mercadoria todos os dias, sem local pra guardar nada, queria um ponto. O shopping veio em boa hora pra ele. Reclama das vendas, como todos ali e como é da natureza do comerciante. Mas a tranquilidade não demonstra. A banca do Calçadão ficava na praça do Lambe -Lambe, virada para o prédio do INSS e de costas para a palmeira imperial que a Prefeitura arrancou, a pedido de um comerciante de sapato. Foi mesmo?  o Galego da Cocada espantou-se. Nunca mais ele andou por lá. A cocada do Galego é boa. Depois do almoço em Machado e dona Nalva, então, ela é sagrada.