
Eu estava na Praça da Matinha quando ele chegou, o sorriso já colado no rosto que preenchia o olhar ligeiro e ouvinte. Foi a penúltima vez que estive com ele. Não lembro porque, de repente estávamos conversando sobre gastronomia nordestina, os sabores diferentes com os mesmos ingredientes, em lugares de sotaques diferentes, como eu havia ido ao Ceará há pouco, lhe falei dos doces derivados da castanha de caju que só existem naquele trecho do litoral, o adorável e divino canjirão. Mas logo logo Guda Moreno o chamou ao palco para enriquecer a percussão do samba-de-roda da Quixabeira. Na Praça do Tropeiro, na última vez, flagrei esse cumprimento dele com outro mestre da música popular da Bahia, Zé de Alice. Bel estava finalizando um documentário audiovisual, dirigido por Uyatã Raira, sobre percussão, samba rural e suas influências.
Ele faleceu na madrugada desta sexta-feira, 18, no Hospital Clériston Andrade onde estava internado após ter sofrido um infarto. O corpo de Bel da Bonita será sepultado na cidade de Gavião, onde nasceu, a cerca de duas horas de Feira de Santana. Outras informações adicionais e relevantes sobre o artista que forem nos chegando nós atualizaremos aqui neste espaço.