
Nós tivemos uma espécie de teocracia quando Clailton Mascarenhas foi Prefeito e tinha como conselheiro-mor o vigário geral da Matriz de Santana, padre Abel, irmão da mulher dele, a sisuda ‘Dona Perpétua’.
Clailton, pequeno comerciante na Salles Barbosa, foi pinçado por Falcão, em meio a uma grave crise na campanha eleitoral, para substituir o vice derrubado por denúncias feitas pelo adversário, o professor Josué Melo. Ao escolher Clailton, ele evitou a indicação de um evangélico, feita por partidos que o apoiavam. “Nós estamos numa guerra santa“, dizia Falcão para realçar a religião crista-evangélica do Pastor Josué, em cuja campanha nasceu o embrião de um movimento fundamentalista que queria mudar o nome da cidade para “Feira de Jesus”.
Com a morte de Zé Falcão, súbita e inesperada, o Vigário assumiu a influência sobre o cunhado notoriamente meio parvo para a função que lhe coube. Em 60 dias, Abel achou-se “senhor da situação” e conduziu os expurgos que achava necessário para um objetivo “grandioso” que faria o sucesso da administração do cunhado: fazer a aproximação do “novo governo” com um ACM, ainda afobado com a derrota que Feira lhe impusera mais uma vez.
Não deu certo. A política do padre era paroquiana. Na “igreja” da política partidária nem toda imagem é de santo e nem todo santo tem imagem. O resultado da estratégia de Abel foi o aguçamento do desprezo carlista a ponto de Clailton ser expulso de um palanque para a entrega de uma reforma no Mercado de Arte Popular que ganhou do Governo do Estado um teto de zinco quente.
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