Poeta, professor, ficcionista, ensaísta e artista plástico. Membro da Academia de Letras da Bahia.
Poesia de Antônio Brasileiro
quarta-feira, 29 de setembro de 2021
por Antônio Brasileiro
Encontrar Drummond
sábado, 21 de agosto de 2021
por Antônio Brasileiro
Minha admiração por Drummond já vinha de longe. No início dos anos 60 ouvira alguém declamar versos do “José” e não tive nenhuma dúvida: corri à livraria e comprei a Antologia Poética da Editora do Autor. Por certo que já lera aquele nome, mas não me encabulara; não fazia som. Isto é, não tinha o
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O modo lírico do linguajar sertanejo
domingo, 25 de julho de 2021
por Antônio Brasileiro
Em 1984 o artista plástico Juraci Dórea armou esculturas de couro em vários pontos do sertão baiano, a maioria delas na região de Canudos. Essas esculturas eram simples: fincavam-se algumas varas grossas no chão e se entrançava por elas duas ou três solas e pedaços de solas, amarrando-as ou pregando-as para que se mantivessem firmes
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O poeta e o filósofo: uma lição para tempos difíceis
domingo, 4 de julho de 2021
por Antônio Brasileiro
O FILÓSOFO Poucos homens gozam do privilégio de manter um bom número de amigos em torno de si. A vida moderna, calcada na pressa, está longe de se harmonizar com a belíssima arte de ser amigo. Pois ser amigo é fazer silêncio; na verdade, tudo que é penetrado de beleza nasce do silêncio. Um dos
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O largo armazém do factível
domingo, 27 de junho de 2021
por Antônio Brasileiro
Dilthey escreveu: “Com os olhos dos grandes poetas percebemos o valor e a conexão das coisas humanas”. No entanto, o grande mundo pouco quer saber de poetas. O lastro da espécie preserva sua caverna. Há duzentos anos se alertava para os tempos indigentes: vivíamos tempos indigentes, já os poetas ecoavam menos nos corações. Qual é
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Euclides e a criação da realidade
segunda-feira, 21 de junho de 2021
por Antônio Brasileiro
Legiões de homens estropiados, com suas armas toscas, a bater-se contra o exército nacional: foi isto o que se viu, do amanhecer ao pôr-do-sol daquele 1 de outubro de 1897. Os mortos, todos: os derrotados. Canudos, o nome do palco destroçado, um arraial troncho de vinte mil pobres almas do qual uma só casa não
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Fernando Pessoa na Bahia
domingo, 6 de junho de 2021
por Antônio Brasileiro
Poesia, diz-se, é algo pessoal. Não sei se concordo com isso. Mesmo figuradamente. Custa aceitar que uma coisa tão antiga, tão arraigada no ser humano, tão espalhada por todas as civilizações seja assim. Em todo caso, como não se tem lá tantas certezas no mundo, adotemos a suposição. Então, que o falar de poesia –
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Trovões (Trovões e o Vento)
segunda-feira, 17 de maio de 2021
por Antônio Brasileiro
1. Penso, às vezes, que as coisas não têm sentido. A vida é só um rio raso que segue por seguir. E cansa. E estagna. Às vezes sinto-me estagnar, como esses rios. E que estou mais velho. E eis que ouço uns trovões. A tarde é morna e irrita. Que venham os trovões. Ainda borboleteiam
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A Guerra das Mamonas
domingo, 9 de maio de 2021
por Antônio Brasileiro
Quando Bode veio do mato afivelando o cinto, já foi aos berros: – Quem é o ladrão que está mexendo nas minhas mamonas? Biziu respondeu na tampa: – Mamona, é? E isso aqui? E isso aqui? É só mamona, é? – E ia despejando a capanga e separando as pedras. – As pedras eram pra
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