“Meu caro Jânio Rego, creio que seja motivo de grande alegria para qualquer pessoa que goste de artes plásticas ter em casa uma obra deste grande pintor brasileiro que é o feirense Juraci Dórea.
E desde o começo deste ano nós temos aqui em casa, em Aracaju, um belo painel de autoria dele, com aquele mítico sertão dele que habita em nós, pintado sob encomenda e que enche de boa sensação cultural a nossa casa, que se fez mais ancha sob o universo de seres fantásticos que saltam do desenho, do traço e da inexorável tinta deste camarada.
Aliás, no mesmo dia em que recebemos o quadro em sua casa, aí em Feira, fizemos “a primeira aquisição comercial” de um também do já pintor João Oliveira, de sete anos, o filhote dele e de Selma – que hoje ilumina nossa sala como se Miró tivesse baixado por aqui com seus traços infantis.
No último sábado, 22, tivemos a imensa alegria de receber os três aqui em nossa casa para uma mão completa, e não apenas um dedo, de prosa. Os três aprovaram o destino das duas obras – o modo como eu e Dora as emolduramos e os destinos que lhes demos entre alguns outros pintores sergipanos e umas cabaçadas de Joaquim Franco, o meu conterrâneo de Várzea do Poço.
Foi uma noite pra lá de agradável, com muita conversa sobre a vida, a Bahia, Feira, os amigos – você passou pela peneira -, arte, pintura, literatura, música – de Elomar, a Pita, Fábio Paes, passando por Fernando Lona – política, desenvolvimento urbano e, em síntese, o luxuoso fato de estarmos vivos e seguindo eretos sob o sol.
De tudo, sobrou algo que nós todos estamos ungidos de saber: a certeza de que Juraci Dórea continua grande, mas, humilde como sempre foi, não faz desta grandeza a menor pompa. E isso é uma forma soberana de viver e de ser artista pleno.
Abraço, Jozailto Lima, poeta, jornalista e um quase feirense muito esquisito.”
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