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Laila Geovana Beirão
sábado, 30 de maio de 2020 / Publicado em Cidade, Colunistas, Home

Para todo ato racista deve acontecer uma coletiva reação

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O que escrever quando o tema te atravessa a alma? O que escrever quando o assunto te violenta? O que escrever?

Poderia escrever sobre a tristeza que sinto quando vejo uma pessoa ser maltratada, violentada e morta por causa da cor da pele, mas é preciso falar da necessidade de reação. Nós, povo negro, não podemos nos acovardar diante da violência. Nunca fomos covardes. Se todas as delegacias fossem queimadas, se todo o comércio fosse queimado, se transformássemos a nossa dor em revolução, assim, só assim, poderemos iniciar o desmonte do projeto político social de extermínio da população negra.

A morte de George Floyd por um policial branco, na cidade de Minneapolis nos EUA demonstra a naturalização e a banalidade do ódio, da intolerância e da violência a pessoa negra. A delegacia que o policial trabalhava foi queimada e isso foi necessário, todo o repúdio é necessário, pois a frieza, a naturalidade e o prazer que o policial sentia em sufocar a vítima que dizia: “ por favor, não posso respirar” foi de uma desumanidade aterrorizante. Enquanto houver pessoas brancas para desumanizar pessoas negras, devem haver pessoas dispostas a protestar.

A poucos dias no Brasil um adolescente, negro, de 14 anos, João Pedro Mattos foi covardemente assassinado com um tiro de fuzil dentro de casa pela polícia no Rio de Janeiro, a perícia constatou que o tiro o atingiu pelas costas, mas por qual motivo não queimamos delegacias? Como fizeram os manifestantes de Minneapolis?

Um músico negro, Evaldo Rosa dos Santos recebeu 80 tiros de soldados do exército brasileiro ano passado no Rio de Janeiro o catador de material reciclados Luciano Macedo que tentou ajudá-lo também foi morto.

A vereadora negra, Marielle Franco foi covardemente assassinada e até hoje o mandante do crime não foi preso.

A pandemia do covid-19, tem matado mais negros e pobres, as covas coletivas de Manaus estão aí para nos provar isso. Mas por qual motivo não estamos quebrando tudo em protesto? A canalhice política desvia o nosso olhar e o nosso foco como uma cortina de fumaça.

A era da internet e da tecnologia tem nos deixados inertes ou acomodados a só fazer notas escritas de repúdio, mas é necessário lembrar que os nossos corpos devem ocupar os espaços principalmente para protestar. Não devemos nos deixar conduzir apenas, pela luta confortável do espaço virtual, é claro que o espaço da escrita e da fala é importante, necessário e revolucionário, mas a ocupação dos espaços e o movimento de tencionar os projetos políticos de desumanização da sociedade devem acontecer. Pois assim, estamos nos movimentando politicamente e demonstrando que não aceitamos o extermínio o apartheid. Para cada ação de violência contra uma pessoa preta devem haver reações de repúdio, isso é se reconhecer no outro enquanto ser humano.

Quantos de nós precisará morrer para que o racismo acabe? Nenhum corpo deve tombar para que o racismo acabe, mas todos nós precisamos nos levantar diariamente contra o racismo. Pessoas negras e brancas precisam se levantar contra o racismo, principalmente porque o racismo é um problema da pessoa branca porque são eles que nos matam a séculos por não aceitar dividir espaços conosco a não ser é claro quando querem nos explorar. Nós, população negra devemos enfrentar o problema, mas a branquitude tem o dever ético, moral e social de combater o racismo também. Se não houver justiça, não haverá paz!

Que tipo de democracia queremos? Que tipo de sociedade queremos? Se negamos justiça social, oportunidades e Direitos não seremos livres.

A morte por racismo começa quando entramos em lugares e não encontramos pessoas negras e achamos isso natural. A morte por racismo começa quando o negro não é contratado para o trabalho e a resposta é que o seu “perfil” não está no padrão. A morte do negro também acontece quando ligamos a TV e não vemos negros e brancos na mesma proporção, mesmo quando a maioria da população do país é negra. A morte do negro acontece quando entramos na sala de aula do ensino superior e não encontramos a mesma proporção de alunos e professores negros e brancos. A morte do negro começa quando não conseguimos as mesmas oportunidades de estudo, trabalho, acesso a saúde, lazer e cultura. A morte é experimentada de tantas formas.

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Laila Geovana Beirão
Laila Geovana Beirão
Professora de filosofia, Mestra em Estudos de Linguagens e Bacharela em Direito. Mulher negra, ativista contra o racismo e todo o tipo de violência e opressão. Estudo e escrevo para contribuir com a construção de uma sociedade justa, livre e de reconhecimento entre os seres humanos.
Laila Geovana Beirão
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