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Antonio Rosevaldo
Antonio Rosevaldo
segunda-feira, 21 de setembro de 2020 / Publicado em Colunistas, Home

A inflação dos alimentos e o peso na mesa do pobre.

Um espectro sentou à mesa do pobre, tem duas pernas pontiagudas que ferem e podem ferir de morte, a fome: enquanto a inflação oficial, medida pelo IPCA, está dentro da meta, estabelecida pelos donos do Brasil, a inflação de alimentos bateu em 8,83%, um índice que se torna maior do que o aumento do salário mínimo.

Risível para não dizer ridícula, a opinião de um membro do RenovaBr, afirmar que a alta dos preços dos alimentos será transitória e logo voltará ao normal, sem necessitar de intervenção estatal. Certamente, este senhor nunca teve crise orçamentaria doméstica, com dinheiro curto para pagar as demais contas, afinal o pobre brasileiro, aquele que ganha até dois salários mínimos por mês, nem sempre tem tempo de esperar a boa vontade dos senhores, em resolver o preço dos alimentos, basta observar a imagem, onde se demonstra o peso no orçamento familiar.

Explicando: o arroz não tem classe social, todos consumimos, entretanto, o arroz tem com seus quilos, o peso no orçamento.

A solução estaria em um estoque regulador, não somente do arroz como dos demais alimentos que compõem a mesa do brasileiro, desde que possível, mas não se pode abdicar do controle e da regulação dos preços. Dados oficiais do Comex Stat nos trazem uma informação assustadora, de janeiro a agosto de 2019, o Brasil exportou 271 mil toneladas de arroz e no mesmo período, em 2020, saltou para incríveis 872 mil toneladas, assim não dá para ser feliz.

Enquanto Tailândia e Vietnã se preocuparam com sua população e para garantir alimentos travaram suas exportações de arroz, os produtores brasileiros, aproveitando a oportunidade de mercado, enfiaram o pé na saca e exportaram com vontade, dando bananas ao mercado interno.

Patriotismo a gente não viu…e olha que muitos destes senhores vestiram camisa amarela da CBF e foram às ruas cantar o hino nacional.

Eu jamais poderia comemorar este resultado, pois não sou produtor de arroz e sim um consumidor voraz e contumaz, como a imensa maioria dos meus naturais conterrâneos. Enquanto que para 1,8 milhões de famílias que ganham acima de 25 salários mínimos o arroz nem aparece na relação dos 20 itens que mais pesam em seu orçamento, para 16,5 milhões de famílias que ganham até 2 salários mínimos, ele se encontra entre os 3 itens mais fortes, não dá para ser feliz desse jeito.

O debate sobre produção de alimentos deveria ser pautado por um governo que seja, realmente, comprometido com sua população, discutido no âmbito de políticas públicas que incentivem a diversidade de alimentos com incentivos à agricultura familiar, não entregar à produção ao grande Capital.

Infelizmente, o debate ideológico rasteiro, sem fundamentação epistemológica, e jogado na base de mentiras, trás de volta a fome que já atinge 10,3 milhões de pessoas. Fome mata, mas pobre morrendo somente é notícia quando ele é o autor, não a vítima.

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Economista e Mestre em Desenvolvimento Regional e Urbano.
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