A escola de João Trindade Calheira, um menino de 11 anos que mora em Salvador, solicitou que fosse feito um trabalho sobre um artista plástico que ele achasse interessante. Poderia ser qualquer pessoa, de qualquer lugar do mundo, mas o pequeno João tinha ouvido falar sobre um artista de Feira de Santana que chamou a sua atenção: Marcio Punk.
Ele fez pesquisas sobre a vida de Marcio, sobre seu trabalho com a técnica inovadora da pulverografia e sobre o grande movimento cultural “O Beco é Nosso!”, que movimentou a cultura da cidade de Feira de Santana e se tornou uma das maiores intervenções artísticas urbanas da Bahia.
João ficou tão empolgado com sua pesquisa que conseguiu contagiar a professora e todos os seus colegas. Fez até a sua mãe, a professora Soraya Trindade, comprar uma bombinha para que ele demonstrasse em sala de aula (ao vivaço!) a técnica de pintura!
Sua apresentação foi a primeira de todas, pois todos ficaram ansiosos para ver a apresentação.
Foi um sucesso! A professora de João adorou e disse que iria pesquisar sobre esse artista que ela ainda não conhecia e sobre todo esse movimento… e João, é claro, ficou contente com o êxito de seu trabalho.
Saber que a história do nosso Punk, o pulverógrafo da nossa Feira, está sendo falada em outras esferas, dá um orgulho danado. Ele foi de fato pulverografar o universo porque as ruas ficaram estreitas para o tamanho da sua arte. E o que mais me chamou atenção nisso tudo foi uma fala de João, que ao saber da razão da morte de Marcio, um câncer de pulmão, disse a seguinte frase:
– Ele fumava né? Por que todas essas pessoas incríveis fumam assim?
Muito sabido esse João!
Kareen Mendes é artista e ativista no movimento #obecoénosso
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