Arthur Mota era o bam bam bam de Tiquaruçu. Fazendeirão, rico, comerciante de fumo, naquele tempo em que essas plantações se expandiam pelos sertões, fortalecendo a economia, sendo o fumo o boi do pobre e os armazéns em Feira de Santana os símbolos desse comércio forte.
São Vicente é um arruado antigo e histórico. Na igreja do povoado, que hoje é sede de um dos oito distritos rurais de Feira de Santana, foi batizada a heroína baiana Maria Quitéria
A economia regional mudou mas as marcas desse tempo ainda podem ser vistas nas ruas do povoado de São Vicente de Tiquaruçu, em pelo menos dois imóveis construídos pelo fazendeiro, hoje de propriedade de João Pinheiro.
Aos 92 anos, lúcido, saudável e trabalhando, Seu’ João é um capítulo exclusivo na história do lugar. Funcionário do Mota, com a morte do patrão e a decadência do negócio adquiriu, por compra, os imóveis do ‘barão’ e conta a história a quem quiser conversar com ele em um domingo qualquer…
Mas além dos dois imóveis no largo da igreja, hoje de Seu João, o fazendeiro construiu a sua mansão de moradia na entrada do povoado: o Casarão de São Vicente.
O poeta Asa Filho contraiu covid19 mas pelo que sabemos recupera-se bem. Essa notícia me levou a São Vicente para olhar o Casarão. Asa é filho de Tiquaruçu e a história recente desse casarão tem muito a ver com ele e a sua luta pela revitalização de uma manifestação artística da região: o Reisado. A Feira cultural conhece bem essa história.
Asa vai vencer a doença. Mas o Casarão…. o que vi me entristeceu. O Casarão está arruinando, sem utilidade ou manutenção. O imóvel é da Municipalidade.
Como os distritos estão com prestígio junto ao Poder Público reeleito, esse texto é um apelo: salvemos o Casarão de São Vicente!
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