O ‘Tanque da Nação’ foi o maior deles. Abasteceu a própria cidade de Feira de Santana. Nas suas origens foi ponto da bebida de água para os animais que transitavam por essas paragens comerciais de outrora. A pecuária, no centro da história. Um olho d’água muito forte, o gado ia beber, fazia lama, e os vaqueiros iam limpando, até que se transformou num grande tanque, descreve Antônio de Lajedinho em suas memórias
Outro ‘tanque’ famoso na região tornou o lugar uma cidade. O ‘tanque’ de Tanquinho, um olho d’água brotando entre locas de pedras, é hoje um patrimônio público tombado no centro daquela cidade que já foi distrito de Feira de Santana. Terra onde nasceu o dentista Júlio Motta, que em defesa da cidade mente até não poder mais.
Na Matinha dos Pretos, o velho tanque é contemporâneo desses e a serventia também foi a mesma. Uso comunitário e público. A urbanização do povoado avança sobre ele, o paralelepípedo está a poucos metros. Ninguém mais bebe da água, animais poucos, nem usa para banhos e lazer. Dizem que é muito profundo e no seu fundo há uma camada pesada de lama, e as pessoas lembram afogamentos que ocorrem por lá.
Mas a melhor e mais alegre história sobre o tanque é a que revela uma das essências e marcas culturais do próprio lugar, o samba-de-roda.
Contam os moradores, através de uma pesquisa feita pela professora Elane Bastos de Souza que na estiagem, quando o tanque secava, para esperar as próximas águas de chuva e de novo afloramento do olho d’água, as pessoas faziam o mutirão para a limpeza e depois de feita faziam um animado samba-de-roda no local como louvor, agradecimento e comemoração.
- Abandono da Praça do Tropeiro é parte do plano de desmonte total do Centro de Abastecimento - 29/10/2024
- Zé de Alice - 22/10/2024
- Padre comprou ao irmão a metade da escrava com uma filha - 17/10/2024