Começou polêmica a nova legislatura na Câmara Municipal. Mas há novidades positivas. A principal é que, pelo visto, o conjunto é menos ruim do que o da legislatura anterior, que findou em dezembro. A observação – é bom ressaltar – está longe de ser um elogio: a composição que manquitolou nos quatro anos anteriores era tão medíocre, tão ruim, que nem é preciso tanto esforço para ser melhor. Assim, com todas as cautelas, dá para intuir que das urnas emergiu uma legislatura menos deplorável.
É óbvio que a “bancada do amém” – aquela que se alinha acriticamente ao prefeito de plantão, seja ele quem for – permanece lá, firme e forte, ignorando os crônicos problemas do município e caprichando nos rapapés e nos salamaleques. Alguns de seus integrantes, aliás, foram herdados da legislatura anterior e seguem na mesma toada.
O hábito de rejeitar requerimentos que solicitam informações ou esclarecimentos, a propósito, se mantém. A alergia que alguns vereadores tinham à transparência na legislatura anterior, pelo visto, já contaminou parte dos novatos. É um péssimo sinal. Indica que a vocação para a sujeição não mudou.
Mas é bom registrar que, no conjunto, há uma abordagem melhor, ainda que tímida, dos problemas que afligem o município. Pelo menos no plano dos discursos. Os mais pessimistas notam que no começo é sempre assim, todo mundo quer aparecer. Depois, quase todos se acomodam, felizes, para usufruir das benesses do poder. Não deixa de ser verdade. Mas é bom conceder um crédito inicial, cultivar um otimismo moderado.
É bom elogiar também a suspensão do aumento salarial – indecente, indecoroso, num momento terrível de crises entrelaçadas na saúde pública e na economia – até o final do ano. O ideal é que, até lá, seja revogado em definitivo. Mas a turma, provavelmente, vai apostar na memória curta da população e num arrefecimento das crises para retomá-lo.
A bancada de oposição – que até cresceu um pouquinho – se movimenta com mais desenvoltura do que a da legislatura anterior. O grande destaque – como todo mundo esperava – é o vereador Jhonatas Monteiro, do PSOL. Mas os demais também são atuantes, o que espanta um pouco o marasmo das sessões que, no passado, se limitavam à celebração de efemérides e à concessão de medalhas, comendas e títulos de cidadania à mancheia.
Por fim, cabe destacar também que melhorou muito o trabalho da Assessoria de Comunicação da Casa da Cidadania desde o começo do ano. É através dela, em parte, que venho me informando sobre o que acontece no Legislativo feirense…
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