O Centro Industrial do Subaé (CIS) em Feira de Santana vive uma “crise existencial” há dois anos. Foi extinto como autarquia mas continua a existir como área física, com infraestrutura e serviços que precisam ser mantidos para o funcionamento de cerca de 200 indústrias instaladas na área.
O CIS é considerado um do três maiores centros industriais da Bahia, atrás do Polo de Camaçari e o Centro Industrial de Aratu (CIA). Foi criado em 1983, substituindo uma autarquia municipal, para consolidar o processo industrial em curso desde a década anterior.
Dois anos depois da extinção do órgão, o governo do Estado tenta compartilhar as responsabilidades sobre a área e anuncia uma “parceria” com o Centro das Indústrias de Feira de Santana (Ciefs) para a gestão do órgão.As indústrias do CIS já contribuem com recursos para o fundo de desenvolvimento de áreas industriais criado pelo governo baiano. O governo tenta agora que elas participem da administração do CIS.
A extinção da autarquia teve a oposição do prefeito de Feira, Colbert Filho (MDB).”É no mínimo indecente com Feira”, esbravejou o prefeito lembrando tentativa semelhante feita no governo Waldir Pires que não foi à frente. O decreto do governador Rui Costa aprovado pela Assembleia acabou com duas dezenas de cargos de confiança abrigados no órgão.
O deputado Zé Neto (PT) foi quem articulou o atual “arranjo” para a nova gestão do CIS. Ele explicou a uma rádio local:
“Há alguns dias, eu estive com o pessoal da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e da Associação Comercial e fomos até Nelson Leal e fizemos esse convite, que hoje se concretizou e deu um resultado extraordinário. No ano de 2019, houve uma reforma administrativa com várias autarquias e uma delas foi o CIS. Ficamos de, junto como o governador, criar um novo escritório do CIS, mas não com o mesmo nome, mas para administrar o Centro Industrial do Subaé. Desde lá, essa é a nossa proposta: fazer com que tivesse uma gestão compartilhada entre estado, município e empresários. Hoje se configurou isso, e aqui nós conseguimos de forma exitosa construir um novo formato do administração para o escritório do CIS, junto com Acefs, com o CIFS, CDL e também o conselho consultivo, com a presença dos trabalhadores que vão poder dar a opinião sobre o CIS.
No mesmo programa o secretário estadual da pasta da indústria anunciou investimentos e falou na macrodrenagem da área que segundo disse sofre “pressão imobiliária” para destiná-la a outros fins.
O deputado mencionou o Município mas é do conhecimento de todos que as responsabilidades do Município e do Estado sobre a área do CIS são sempre motivos de conflitos políticos.
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