Não escrevo na intenção de oferecer verdades absolutas, mas, na vontade de dividir inquietações sobre imposições sociais e falsos padrões de beleza.
Padrão de beleza não existe. Mas existe racismo, machismo, misoginia, sexismo e uma indústria da pornografia que lucra com os falsos preceitos de padrões de beleza.
Imposições sociais levam pessoas a se mutilarem em busca da beleza padrão. Filtros de Instagram oferecem peles sem poros, peles mais claras e diversas possibilidades de encaixar pessoas reais em molde de mercado.
A indústria e o mercado capitalista lucram com o auto-ódio, baixa autoestima de pessoas que tentam se padronizar ou serem aceitas e estar perto da ditadura da beleza contemporânea. É preciso deixar claro que não estamos falando de saúde, mas de “vitrines de estéticas perfeitas”. E lembrar que não existe um exemplar perfeito de ser humano, pois a nossa humanidade é pautada nas nossas particularidades de existência.
O que é ser perfeito?
As pessoas estão sendo colocadas em caixinhas, não há problema algum em fazer uma intervenção no seu corpo, o problema é, você quer mudar algo em você por que você escolheu de maneira livre ou por quê em alguma fase da vida foi ensinado a se odiar? Ou a não aceitar o seu corpo?
A antropologia nos ensina sobre cultura, diversidade e respeito o que nos leva a compreender valores e particularidades de civilização, povo, sociedade, etnia, costumes, rituais e comportamentos humanos. É interessante praticar a ética do amor-próprio, aquele sentimento que vai fazer você se amar e ignorar julgamentos depreciativos alheios. Será que estamos fazendo parte de uma geração que não é ensinada a se amar? Será que o nosso problema está na “indústria da beleza” que lucra com a patologia do auto-ódio?
Deixo estes questionamentos para reflexão! E lembro que é preciso se olhar com cuidado, doçura e amor. Não falo sobre um olhar de Narcisismo da mitologia grega, mas se olhar com o amor ensinado por Oxum a Deusa da beleza e do amor da mitologia africana e na filosofia afro-brasileira.