O dinheiro público numa cidade horizontalizada como Feira de Santana, padece de demandas de seus habitantes. Cada bairro, cada rua que surge trás consigo a necessidade de pavimentação, coleta de lixo, iluminação pública, esgotamento sanitário, água encanada, luz, telefonia, segurança pública, educação e saúde. Quem mora no extremo norte do município sabe bem a dor e sofrimento de necessitar de uma urgência médica, pois o hospital Cleriston Andrade é uma viagem e tanto.
Por que estou afirmando isto? Qual a relação com o título deste texto? Simples, essa cidade não suporta mais desperdiçar dinheiro público.
A arrecadação municipal vem dos bolsos dos contribuintes cansados de pagar tributos e ter em troca péssimas intervenções no domínio econômico tais como, BRT, Shopping Popular, viadutos mal planejados e tanto que em pouco tempo necessitaram ser ampliados.
Um Centro de Convenções necessita de uma rede hospitalar, de serviços de lazer e a inserção num calendário de turismo de negócios. Aqui a porca torce o rabo, pois não temos como competir com um dos maiores centros turísticos do mundo, Salvador.
Outra variável é a sustentabilidade econômica de quem vai gerir o negócio de administrar o equipamento. Daí que duas opções se colocam: gestão própria ou concessão.
Antes de escolher é bom dar uma olhada Brasil afora e como se encontram os centros de convenções em cidades de porte médio. A esmagadora maioria se não fechou as portas vive à míngua pedindo ajuda.
As despesas são enormes com a manutenção do equipamento: ventilação, cadeiras, eletrônicos como projetores, microfones, equipe de apoio treinada para ser bem avaliada e trazer o próximo evento. Voces não podem imaginar o que é um auditório sem ar condicionado, cadeiras quebradas, wi-fi que não conecta, serviços de transportes precários. Quando é novo, funciona, mas depois de dois anos em média começam os problemas. Eu já participei de eventos em todo Brasil e sei bem como funciona. Foram feiras, congressos, seminários, cursos, palestras, etc. conheço vários equipamentos similares e afirmo, Feira de Santana não deve concluir aquela obra do centro de convenções, pois estaremos ganhando em dois anos uma baita dor de cabeça, já basta o aeroporto e as obras que mencionei.
As despesas de manutenção não têm condições de serem cobertas pelas receitas, mesmo atuando no pleno emprego.
Por exemplo o AMCHAM em São Paulo necessita ter quatro eventos diários para cobrir seus custos operacionais!!
Aqui precisaremos ter pelo menos um evento por dia e venhamos que isso numa cidade que nada ou pouco oferece ao congressista, inviabiliza a inserção do centro num calendário nacional de eventos. Para tanto se pode fazer evento nas Universidades como Uefs, eventos de finais de semana nas faculdades, eventos menores já estão sendo realizados em hotéis e pousadas.
Feira precisa de um Hospital Municipal.
foto: Arquivo BF