Ele vem sempre a Feira de Santana, desce dos carros da linha de Santo Estevão aqui na praça e nunca havia prestado atenção naquele pedestal do “santo com o menino“. – E quem disse a você que ali é um santo?, interrompeu o mais bêbado sentado no recanto da entrada do Bar de Brandão na Praça da Matriz. Era fim de tarde, hora de movimento, duas mulheres lanchavam pastel com cerveja na quina do balcão em L com banquetas até a portinhola que dá para o reservado e os sanitários. Parece que antigamente ali já foi um salão de dança e serestas. Uma das mulheres entrou na conversa dos dois, com voz alta e debochada: que porra de santo porra nenhuma, ninguém é santo, num é meu bem? Houve aquela risadagem, a maioria não sabia nem do que se tratava, uns pensavam que ela estava falando do dono do bar, o homem louro de boné tipo inglês numa das mesas gritou viva Bolsonaro!, recebeu olhares enviezados e resmungos, a doida da praça entrou com cigarro na mão, “moreno, moreno, me dê o fogo, moreno” e uma família faladeira passou na calçada acrescendo o barulho impedindo este jornalista que vos escreve de ouvir o resto da conversa dos dois.
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