O vereador Lulinha da Conceição esperava o fluxo para atravessar a Getúlio Vargas até a calçada da Prefeitura quando lhe gritei, ele me esperou. Vai ter audiência com o Prefeito? Ele está aí? não sei, também não sei, o papo começou mais ou menos assim, debaixo de um daqueles oitis do estacionamento. As cigarras ainda não cantavam. Depois da eleição Lulinha tem se queixado do Governo Municipal. Há alguns dias, o site Bahia na Política já havia observado: Passada a eleição, em três oportunidades fez críticas ao governo Colbert Martins pela falta de apoio para a sua candidatura.
Nessa linha ele emendou a conversa, nem esperou perguntar, fez o muxoxo pro lado do Paço e desfiou um rosário de queixas e relatos de movimentos políticos, entra em bairro, sai em bairro, de distrito em distrito, lideranças, cargos de confiança, diretores, secretários, órgãos públicos e influências outras necessárias, como sabemos todos, para que o voto seja digitado na urna. Lulinha conhece a máquina governista como a palma da mão. É “ronaldista raiz”. Mais uma vez não teve digitação suficiente para deputado. Mas para ele o importante foi ter “dado” 6 mil para o filho do deputado com quem sempre fez “dobradinha” em Feira, José Nunes, que é Secretário estadual.
Nunes é ex-prefeito de Euclides da Cunha e seu filho, Gabriel Nunes também não tem domicílio eleitoral em Feira. Esta eleição, o governo municipal radicalizou nos seus interesses municipais e fechou torneira possível a irrigar votos em candidatos sem domicílio no município. Um voto distrital informal, que resultou em apenas um eleito, o vereador Pablo Roberto. Eleito, praticamente, com votos feirenses, a vitória de Pablo atingiu eleitoralmente o vereador Lulinha Conceição e outros candidatos do grupo ronaldista. Pulamos para 2024. Pablo pode ser candidato consensual do ronaldismo se ACM Neto for eleito e Zé Ronaldo alçar voos diferentes. Caso dê Jerônimo na cabeça, Ronaldo vai fazer o quê?
Nisso chegou um cabo eleitoral do vereador Zé Carneiro que respondeu à pergunta posta no ar pelo vereador: Volta, Zé Ronaldo!, disse o suplente apaixonado. Nem esperei desdobramento, me despedi rápido, deixei Lulinha com o parceiro e segui caminho para o Map, pensando em escrever, não sobre aquele encontro, mas sobre o Paço Municipal Maria Quitéria, um prédio público que a meu ver traduz a cidade em cada dobra de cimento dos arabescos (que infelizmente se esmaecem na insistente cor única com que é pintado…) desenhos que formam a fachada ocupando duas ruas mas sem quina, abaulada, sem arestas.
Na foto estou na Matinha dos Pretos, no Parque de Vaquejada do amigo Lourenço.
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