Passada a alegria da bela festa no Distrito Quilombola da Matinha, onde também tenho morada e roça no Alto do Canuto, e a impecável apresentação do samba de roda de QUIXABEIRA DA MATINHA, que traz consigo as veias cultural e artística dos saudosos Lauriano e Colerinho da Bahia, e assentada a poeira do samba bem dançado, que também dancei, relato aqui alguns graves problemas que afetam o Distrito, que muitos desconhecem, mas que precisam de solução:
1 – Na Matinha não existe um cemitério público. Na BR 116N existe um privado e caro para sepultar, construído quando ainda era Distrito de Maria Quitéria, muito distante da realidade econômica dos moradores. É urgente que se construa um;
2 – Falta uma escola de ENSINO MÉDIO para atender a numerosa juventude distrital;
3 – Falta a presença da administração pública municipal para disciplinar o rápido, agressivo e desestruturador processo de urbanização na Matinha, onde se verifica:
a) agressão ambiental – basta ir ver os loteamentos dentro das várzeas de inundaçåo do riacho de São José, nas proximidades do povoado dos Olhos D’Água das Moças;
b) ruas estreitíssimas nestes loteamentos, tipo becos e venda de lotes de até com 5 m de largura (com 100 m2) criando uma espécie de favelização planejada. No entorno da própria sede do distrito as ruas são apertadíssimas;
c) as velhas e estreitas estradas de roça, não estão sendo duplicas para atender as novas demandas daquele espaço, que está passando de rural para urbano numa velocidade muito grande;
c) muitas comunidades não tem coleta regular de lixo;
d) exigir contrapartida dos loteadores, principalmente p duplicação e pavimentação de vias;
e) está ocorrendo a prática de murar casas e terrenos sem que haja duplicação das ruas, criando perigosos e estreitos “corredores poloneses”. Vi na Moita da Onça e próximo ao Rasta Couro alguns destes muros formando apertados corredores de envergonhar qualquer urbanista.
Aí está! Nem tudo é festa na Matinha, mesmo a gente gostando da festa.
Marialvo Barreto, Geógrafo e morador há 4 décadas.