Enquanto elas, as barracas, estavam ali, amontoadas, barulhentas mas fervilhando de vidas, de sobrevivências, de sentido de vida, eu as defendi, condenei os métodos e argumentos para retirá-las, não por condenar o discurso da mudança, sugeri novas visões sobre o urbanismo, a cidade, baseado na convivência organizada pelos próprios que desorganizavam, digamos assim superficialmente. Qual o quê? Sei que foi apenas um ingênuo quixotismo, endêmico na terra de Lucas, que diga-se sem pejo. Mas, seja assim ou assado, elas saíram, aconteceu, foi construído o consenso, foi elevado à potência o empreendedorismo de shopping popular, e elas saíram…
E eis que surge este Calçadão, aberto a consumidores e ambulantes, passantes, uma aorta no coração pulsante da cidade do negócio. Entre um café e um gole d’água no MAP, dei a volta no quarteirão, entrei pela Carybé, dobrei a esquina da Casa das Lâmpadas e perto do Flor de Maracujá comecei a filmar. Está bonito. Mas você não acha que falta verde, plantas, árvores nesse Calçadão!? O ecólogo dirá que falta um corredor vegetal para uma mínima ventilação saudável. Veja o vídeo:
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