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Não existe o Painel de Azulejos de Lênio Braga e Udo Knoff sem a Rodoviária de Feira nem a Rodoviária sem o Painel. Um feito para o outro. Harmonia matemática. Arte no meio do povo, como parte do espaço de convivência. A Rodoviária de Feira, olhem, é concebida como rua, ampla, alta, espaçosa, ventilada. Há um fluxo, não somente de passageiros mas também de gente que vai e vem, por ali onde estão expostas as paredes com as centenas de azulejos desenhados, pintados, coloridos e cozinhados nas oficinas de cerâmica de Udo Knoff em Salvador. O site Feirenses relaciona os 16 Patrimônios Feirenses Tombados. E o painel de Lenio Braga e Udo é um deles. Os outros são edificações que serviram de hospital, são igrejas, casas de moradia de luxo e edifícios do poder. Só essas paredes da Rodoviária de Feira abrigam a arte com os retratos do povo, hábitos, crenças e valores que as feiras exalam e essa em especial, a feira de Feira de Santana. É extraordinário que esse painel tenha sido tombado e isso mostra como a cidade gosta dele. Como mostrou daquela vez que ninguém mais aguentava ver alguns azulejos danificados e eles foram logo restaurados. Foi bonito aquilo. Mais bonito pode ser quando as escolas (a APLB pode estimular não só manifestações de protesto…) massificarem o ensino da arte, cultura e história feirenses com algumas aulas “in loco”. Fácil levar uma turma à Rodoviária. Mais difícil levar ao Vaticano.
foto: detalhe do painel na parede norte/BF
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