Em memória da amiga jornalista Socorro Pitombo.
Os Pitombos viveram e moraram ali pelo Beco do Mocó. Beto, o cantor, poeta, cujo corpo e alma vivem no mar de Imbassahy mas um dos corações (ele tem muitos) está navegando sempre por aqui clique aqui; Dival, o ensaísta, pioneiro da UEFS, o anfitrião de Sartre pelas feiras e currais, parceiro elegante de Jorge Amado e autor de um romance inacabado, inédito, com o título de “Beco do Mocó” e a jornalista Socorro Pitombo, que em delicioso texto publicado aqui no BF conta que “foguetes e gritinhos dos mascarados descendo o Beco do Mocó” faziam ela e a irmã, ambas meninas, pularem da cama para verem, através das gelosias das janelas, passar o Bando Anunciador. Socorro cresceu, a cidade também , e a partir de 87 do século passado, o Bando não foi mais às ruas por 20 anos, mas eis que de repente ela novamente viu o Bando passar, não mais pelas janelas da casa dos pais, mas envolvida profissionalmente nele próprio , na revitalização dessa manifestação popular da Feira coordenada pela UEFS no primeiro Reitorado do professor José Carlos.
De lá pra cá o Bando cresceu tanto que no percurso oficial não cabem mais os Becos, do Mocó e da Energia, que dão acesso à rua Marechal que também saiu do percurso porque a folia não retorna mais ao ponto de partida mas se encerrará, boa inovação deste ano, na praça Bernardino Bahia ou do Lambe-Lambe.
O Beco da Energia é um percurso extra-oficial, alternativo, e onde ainda existem moradores, o que não mais acontece com o Mocó . Lá no Beco está o Espaço Cultural Tia Cláudia e mais quatro Casas de Entretenimento, perfeitamente integradas ao espírito santo festeiro do Bando Anunciador da Festa de Senhora Sant’Anna, território de diversão e paz, com água benta espargida, primeiro por dom Itamar e por dom Zanoni Demettino, amém.
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