Ogum 7 Linhas, era o nome dela. Quando chegou pra morar, a correspondência de água e luz tinha esse endereço, mas na placa indicativa, lá estava: Rua Maranata. Certo dia, fazia alguns meses, uma comissão, formada pela vizinha e a filha e mais outra vizinha, bateram no cadeado do portão:
– Faz favor, vizinho, disse uma delas, acenando com a mão um ‘venha cá’.
– Não é por nada, o senhor sabe, vizinho, mas é que o nome da rua é Maranata e suas correspondências chegam com outro nome, e nós viemos lhe pedir que o senhor corrija e use o nome verdadeiro da rua: Ma-ra-na-ta.
– Então quer dizer que as senhoras estão olhando a minha correspondência? O carteiro está permitindo isso? Como isso está acontecendo?
Nunca mais foi importunado e viveu feliz para sempre na rua Ogum 7 Linhas.
*”Ruas, Caminhos da Saudade” é o título de um dos livros do escritor norte-rio-grandense Raimundo Nonato (autor de “Lampião em Mossoró”)
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