O calor é tamanho que tira qualquer ânimo. Inclusive para escrever sobre o… calor! O final de semana foi tórrido na Feira de Santana. No domingo, no começo da tarde, fazia impressionantes 38°C, mas a sensação térmica alcançava 41°C. Pelas ruas, praticamente ninguém, mesmo de carro. Vá lá, é domingo, muita gente está na praia, mas, mesmo assim, o vazio foi completo. Lembrou a solitude pandêmica.
Faltam dois meses para o final do verão. Tudo indica, portanto, pelo menos mais 60 dias com a temperatura sempre bordejando os 40°C. Somando tudo, serão pelo menos seis meses de temperaturas elevadíssimas, pois tudo começou, por aqui, no início de outubro. Depois, finda o verão e o El Niño.
Mas, pelo que estimam renomados cientistas, a convivência com temperaturas muito elevadas está só começando. Vai se tornar o novo normal, ao que tudo indica. A nova normalidade, provavelmente, vai implicar em muitas mudanças de hábitos. Uma delas – que já se aplica em larga escala – é sair só em momentos do dia em que o calor é menos terrível. É bom não duvidar que os seres humanos – animais urbanos – sejam forçados a trocar parte do dia por parte da noite, por exemplo, mais à frente.
É improvável que a humanidade abdique dos seus pequenos e grandes confortos em nome da preservação da natureza. Isso manteria as temperaturas em níveis suportáveis, mas exigiria altruísmo, abnegação. Daí deriva a certeza dos pessimistas na catástrofe irreversível, no apocalipse.
Nesta noite de domingo, uma impressionante tempestade de raios surge no oeste feirense. O espetáculo, sob silêncio, é estupendo. Trovoadas. Chegarão aqui? Fica a dúvida. Mas é melhor parar o texto porque, afinal, segue muito quente…
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