É um personagem da história da costa salineira do Rio Grande do Norte. Está nas páginas mais denodadas e reconhecidas sobre o começo dessa indústria que ainda hoje é esteio econômico na região abrangida por Mossoró-Macau.
Gedeon foi uma das figuras centrais entre os holandeses que trabalharam na extração do sal com os indios tapuias , os mesmos que depois rebeleram-se contra os portugueses e promoveram quatro décadas de perseguições e guerras. Ele aparece para explorar as minas de sal que alvejavam, espontaneamente, no litoral e nos estuários dos rios e vertentes. A aridez da area salineira é escaldante. Por ali, a vegeteção são as mesmas cactáceas e bromeliáceas de que falava o escritor Vingt-un Rosado sobre o bairro dos Pintos e a Esam, em Mossoró. A caatinga beija o mar das salinas numa fusão geológica milenar , sertão e mar se encontram ali pelo Gado Bravo, Tibau e Grossos.
Aventureiro, ganancioso, Gedeon não terá ficado circunscrito à geografia do litoral e das salinas mas avançado pelas ribeiras, os chapadões, alcançado serras e vales férteis. Durante muitos anos a historiografia oficial do RN minimizou as entradas dos holandeses em território do que hoje é o estado. Na minha adolescência, Zé Rocha, das Catingueiras,em Doutor Severiano, falava de um professor, de Natal, certamente da Universidade, em busca de “covas de flamengos” nas serras do Mundo Novo, Ereré e Pereiro.
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