Provavelmente mudou um pouco, não é tão Israel e Gaza, mas o conflito do morador urbanizado com a árvore ainda faz muitas vítimas para o nível de consciência ambiental que vemos, e propagandeamos, nas escolas, nos poderes, na boca das autoridades e da linguagem oficial do bom conviver e habitar. Mas, na prática, nossas ruas se desarborizam, viram avenidas carecas do asfalto ou de paralelepípedos branquelas, vão se tornando raras as sombras públicas para pedestres vasqueiros, ligeiros, em busca do refrigério, porque quem anda a pé é quase um rejeitado, um descompreendido condenado a um acidente em caminhos sem acostamentos ou refúgios. Nos jardins das residências, as áreas cimentadas avançam, seja nas mansões ou em casas simples sem chão e sem espaço. Em quase todas uma churrasqueira, arremedo ou profissional, secreta ou publicamente , mas todas, pelo menos, aguardam ou guardam alguma hora para a picanha e a cerveja gelada. E forró, se possível, por favor.
A ilustração é uma arte de @tx_hash e você pode ouvi-la sobre.
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