
A indignação, em si, é saudável mas essa tem o rastro do oportunismo e da desinformação que, infelizmente, são marcas profundas do espírito social da Feira. Dois imóveis antigos demolidos em Feira de Santana nos últimos dias provocaram a reação de algumas pessoas em redes sociais, comentários em alguns veículos tradicionais de comunicação e repercutiu também na Câmara de Vereadores. Primeiro, nenhum dos imóveis destruídos pelos seus proprietários eram oficialmente históricos. Segundo, há imóveis públicos e oficialmente tombados pelo IPAC (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural) que estão em ruínas,há décadas, e pouquíssimas vozes (entre essas, sem modéstia, está a nossa) se levantam contra o abandono. Um desses é a Escola Maria Quitéria, ali na praça Agostinho Fróes da Mota, o intendente que ordenou sua construção ali pelo início do século passado. Outros que estão caindo são o da Filarmônica 25 de Marco (e o da Vitória) em plena rua Conselheiro Franco. Os pináculos da Igreja Senhor dos Passos ainda cairão na cabeça de fiéis talvez repetindo a tragédia da ‘Igreja do Ouro’ em Salvador, e ninguém está indignado com a situação. O painel de Lênio Braga na Estação Rodoviária, embora tenha sido restaurado após um movimento que nasceu aqui no Blog da Feira, está em permanente perigo, exposto a vandalismo e sem o devido cuidado que requer uma obra de arte como aquela. Feira só chora por leite derramado, ama os mortos e despreza os vivos. É violenta e inculta.
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