
Há cerca de 10 anos, o engenheiro Pedro Elias, hoje aposentado do serviço público municipal, fez uma avaliação técnica desse prédio da Filarmônica 25 de Março, na rua Conselheiro Franco, no centro de Feira de Santana. O laudo, elaborado pelo profissional, pós-graduado, mostrou as fragilidades e os riscos da antiga construção. Foi a última análise estrutural feita no imóvel. Mas de lá pra cá, a não ser retoques e alguns escoramentos, nada de consequente foi feito para restaurar a antiga sede dessa Sociedade Filarmônica, criada por ricos comerciantes da cidade, e onde funcionou durante muitos anos, um jogo de cartas entre homens da elite feirense. Um dos remanescentes desses grupos do “carteado da 25” é o educador (Colégio Santanópolis) e pecuarista Evandro Oliveira.
Antes desse laudo de Pedro Elias, o prédio já fechado e já em estado de profunda deterioração, a banda de música, ou seja, a Filarmônica propriamente dita, foi revigorada pela Fundação Senhor dos Passos e alojados seus ensaios, partituras e instrumentos em um outro local. A sede antiga continuou a ruir. Hoje a Filarmônica 25 de Março, regida pelo maestro Antônio das Neves é um orgulho da Feira e presença indispensável em determinados eventos da vida social. Mas a antiga sede piorou muito, a um ponto tal que ela própria parece pedir para ser vandalizada ou, quem sabe, até incendiada por alguma chama jogada pela enorme brecha na velha porta de entrada, “segura” por uma corrente e um cadeado enferrujados. Não duvidem dos maus instintos urbanos nem da poderosa e obscura especulação imobiliária da Feira de Santana.
fotos: Reginaldo Pereira