Branco é um cachorro de Date, minha vizinha e tia de Lene e Nice, gente quilombola que me acolhe na Matinha desde antes da pandemia. É todo branco, como diz o nome, tem uma rixa comigo e late toda vez que passo pela Estrada da Quixabeira e é ele que está no comando do terreiro de Date. Isso já tanto tempo que latidos e avanços são meramente formais. Fazem parte do protocolo de inimigo, mas não há perigo iminente. Branco não é meu amigo, mas toda vez que ele aparece eu me lembro de meu falecido parceiro Meia-Lua, da Catingueira, com quem andei pelas serras farejando o Ouro do Encanto. Parece que minha calma vem dessa lembrança.
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