O jovem e promissor escritor Rafael Rodrigues representa Feira de Santana neste sábado (12), na primeira edição da Flipelô – Festa Literária Internacional do Pelourinho, em Salvador.
Rodrigues vai participar de uma mesa, a partir das 14 horas, no Teatro Sesc – Senac, que também contará com a presença do escritor Marcelo Moutinho, do Rio de Janeiro. A mediação será feita por Gildeci de Oliveira Leite, professor da Uneb.
O escritor feirense vai aproveitar a participação na Flipelô para lançar o segundo livro dele, intitulado “Mais um para a sua estante”. A estreia do escritor ocorreu em 2011, com uma obra de contos.
Rafael Rodrigues também participou do “Livro Branco”, coletânea de contos baseados em músicas do Beatles. Ele mantém o blog Paliativos.
Conversamos com o autor sobre o novo trabalho, a participação na Flipelô e a produção cultural em Feira. Confira nossa entrevista na íntegra:
1 – Depois de ter lançado um livro de contos (O escritor premiado e outros contos), você agora investe em outro gênero literário, a crônica. Por que essa opção?
Rafael Rodrigues – Na verdade, eu até explico isso um pouco na introdução do livro. No fundo, no fundo, meu desejo mesmo era ser cronista, mas por vocação eu não consegui e aí caminhei pro lado do conto. Mas percebi nos últimos anos que eu tinha alguns textos que se encaixam no gênero crônica e resolvi reuni-los agora. Neste livro tem textos que foram publicados na internet e outros inéditos.
2 – Pra quem não é muito ambientado com o universo da literatura, como você explica a diferença entre um livro de crônicas e um livro de contos?
Rafael Rodrigues – O conto é ficção pura. Por mais que ele seja inspirado em fatos reais, ele tem que ter alguma coisa de ficção, alguma coisa que não aconteceu, que tenha sido inventada. Já a crônica é mais da vivência do autor, de fatos do cotidiano. Nesse livro, por exemplo, eu conto histórias que eu vivenciei em eventos literários, experiências de trabalho, experiências pessoais, como eu me tornei autor.
3 – Seu livro de estreia foi lançado em 2011, e somente agora, seis anos depois, você apresenta ao público o seu novo trabalho. Por que essa diferença de tempo tão grande?
Rafael Rodrigues – O motivo principal foi mesmo a questão de tentar maturar os textos, tentar melhorá-los. O primeiro livro, apesar do retorno legal que eu tive dos leitores e dos elogios que eu recebi, eu considero um pouco imaturo. Eu gosto dele, mas talvez tivesse sido melhor esperar um pouco. Então, eu decidi esperar esse tempo, inclusive para trabalhar em outro livro de contos que eu pretendo lançar até o final deste ano ou no primeiro semestre do ano que vem.
4 – O que significa para você a oportunidade de participar da Flipelô – Festa Literária do Pelourinho, em Salvador?
Rafael Rodrigues – Em primeiro lugar, pra mim foi uma surpresa ter sido convidado para a Flipelô. É um evento que começa com o pé direito, tivemos Maria Betânia na abertura e as próprias homenagens, a Jorge Amado, Zélia Gattai e Myriam Fraga, que já mostram o peso da Flipelô.
É uma oportunidade única pra mim. Espero que eu tenha uma boa participação no papo com o escritor Marcelo Moutinho e que as pessoas gostem também.
5 – Qual é o olhar de Rafael Rodrigues sobre a literatura que é feita em Feira de Santana?
Rafael Rodrigues – Precisamos valorizar um pouco mais o que é nosso, o que é de Feira. Não apenas no campo da literatura, mas também na música, no cinema, no teatro.
Tem muita gente boa produzindo aqui, mas infelizmente essa produção fica muito escondida e acabamos conhecendo menos do que deveríamos, inclusive dos nomes mais consagrados como Antônio Brasileiro, Roberval Pereyr… Na minha opinião precisamos valorizar muito mais o que é feito aqui.
6 – Para você que já publica frequentemente no seu blog, o Paliativos, quais são as principais diferenças que existem entre essa prática, no universo virtual e apresentar esse conteúdo, ou parte dele, em um livro?
Rafael Rodrigues – A diferença principal é que em um livro você geralmente seleciona o que melhor foi produzido durante um período, pelo menos foi o que eu tentei fazer agora. Além disso, no meu caso, eu realmente prefiro o livro impresso.
Apesar de ler pela internet, pelo leitor eletrônico, eu não consegui me adaptar, e, pra mim, o formato livro é insuperável. O virtual deixa o texto muito pulverizado, e isso de certa forma se perde. Já o livro vai estar em algum lugar, em uma estante, numa cabeceira, em uma livraria. É palpável, vai estar mais ao alcance.
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