
sei como está o povo da matinha sem ‘seu’ paulo e a cigana na linha da empresa rosa.
sei tanto que no último dia que voltei do centro da cidade para o ‘cárcere privado’ onde me encontro eu viajei com a dupla, ele no volante e ela no lugar de cobradora, vaidosa e espevitada, num diálogo permanente, ele e ela solícitos, brincalhões, preocupados com os passageiros, quase todos conhecidos pelo nome. moradores, como disse, do distrito da matinha.
a maioria do povo da zona rural tem uma empatia diferenciada com os que lhe servem e lhe são cordatos. aqui e alhures.
e a dupla consegue fazer do ônibus uma extensão da roça, uma sombra no quintal de casa que se move para feira de santana em um ambiente de alegria, descontração e segurança.
as vans são eficientes, são ligeiras. mas são menos confortáveis, por isso mais impessoais. pelo próprio espaço, nunca terá um ‘seu’ paulo e uma cigana fazendo a festa na ida ou na volta estafante do trabalho na cidade.
a matinha é muito próxima de feira de santana. tem uma relação quase de bairro. merece uma atenção diferenciada também.
mas o sistema de transporte de feira, como diz Andre Pomponet
“É fastidioso ficar mencionando, o tempo todo, os graves problemas referentes ao transporte público na Feira de Santana. Desde o começo do século – lá se vão 20 anos – que os transtornos vêm se avolumando.”
mas tudo pode mudar. isso se chama esperança, não é?
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