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Jânio Rêgo
quarta-feira, 22 de julho de 2020 / Publicado em Colunistas, Cultura

O protegido de Exu

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Foi Exu quem desviou seu caminho e o fez voltar do meio da ladeira.

Quando passava na calçada da casa de ervas “Ogum Sete Linhas”, lembrou-se, a parada do professor! e ali mesmo deu meia volta e embalou no passo do ganso  pela rua de Aurora.

O vigia do Cuca era seu amigo Oliveirinha do baba na Rua Nova, abriu o cadeado numa boa,  e ele adentrou ao ‘palácio da Uefs’, como chamava, no seu íntimo e na roda de amigos, o Centro Universitário de Cultura e Arte. O professor de violão, coroa grisalho, gente boa, não havia chegado na sala e ele continuou viagem saindo pelo portão da rua Conselheiro Franco com destino ao Beco do Mocó.

Quando botou os pés na calçada do Cuca viu de longe a tocaia. O maldito, o coisa ruim, por trás da moça do caldo, com os olhos fixos na esquina por onde justo ele ia passar não fosse aquele puxão de Exu dono dos caminhos. Tivesse subido o beco até o fim ia dar de cara com a condenação, a marmota preparada  para o bote.

Pinotou pro lado da matriz, pela sombra dos oitis, se saindo sorrateiro,  uma coisa por dentro lhe dizendo tenha cuidado, vigie, assunte, esgueirou-se, alcançou o Feiraguay de lá pegou o motoboy e foi pra Pedra do Descanso bater na porta da negra JiJi.Era que hora aquela mô deus!?

Exu  lhe abençoando,  segunda-feira, dia de trampo brabo e a  negra tá lá:

– Oxi oxi, que tu faz aqui desgramado? Aprontou o quê na rua? 

Ele não precisou responder, apenas a olhou como a olhava toda vez que se livrava de um perrengue. Ela sentiu.

– Tu tem sorte, viu?, eu voltei agorinha do Marajó pra pegar a minha identidade que esqueci na outra calça. Tu ia ficar de fora ou arrombar de novo a portinha dos fundos e não sei se dessa vez dona Fiinha não chamava a polícia…ê, meu nego, você num tem jeito….

Enquanto lhe dava a chave da porta lhe informava que no forno ainda tinha um resto de moqueca e na geladeira uma latinha de skol.

– E me espere que eu hoje chego cedo, só vou atender aquele cliente, o poeta que mora no sítio em Maria Quitéria e que só faz me chupar, disse, dando uma gaitada e piscando os olhos maliciosos para o negão ainda assustado mas feliz.

 

Ilustração: EXU, Mista sobre tela (80cmx100cm), de Gabriel Ferreira/2013-Facebook

O sequestro de Brigitte do Beco da Energia

 

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