Quem circula em veículo motorizado pela avenida Getúlio Vargas se admira com a exuberância do canteiro central, cheio de árvores copadas de diversas espécies e tamanhos, desde gigantescas leguminosas a floridos arbustos de jardins. Mas quem observar melhor, ou caminhar na alameda, vai verificar que a vegetação arbórea está cada vez mais rala e já se percebem ao longo do percurso, diversos espaços “vazios” e cada vez maiores espaçamentos entre uma árvore e outra em decorrência de mortes por envelhecimento ou doenças. Há uma “desertificação” em andamento. Há cerca de 10 anos não se planta uma árvore nova no canteiro central da Getúlio Vargas. Na verdade a arborização em Feira é uma lorota da Prefeitura. Quem não lembra de um folclórico diretor de Parques e Jardins e seus plantios fictícios? Pois nada mudou, só piora, a cidade cresceu e a concepção ambiental e de cuidados com o patrimônio vegetal continuam os mesmos.
Com a abertura das avenidas Nóide Cerqueira e da Fraga Maia além da expansão explosiva da Artêmia Pires, o canteiro central da Getúlio perdeu o status de antigamente, que era elevado pelo número de pessoas que caminhavam e faziam cooper sob as árvores. Esse ‘status’ ajudou a impedir sua destruição planejada pelo BRT da Prefeitura de Feira. A classe média e a “elite” apoiaram os protestos contra o crime que ia ser cometido. O BRT ia passar pelo meio, sem canteiro, sem árvores, só asfalto. Naquela época, para construção das estações, dos cruzamentos e do túnel da avenida Maria Quitéria foram derrubadas, em números oficiais, cerca de 200 árvores com a promessa de plantio compensatório em outras áreas, promessa nunca comprovada.
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