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André Pomponet
terça-feira, 20 de agosto de 2024 / Publicado em Colunistas

O cão perdido com a gravatinha azul

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Foi na sexta-feira. Ele chegou ao restaurante junto com os primeiros clientes. Ficou por ali, pela calçada, esperando qualquer oferta. Tinha porte médio, pelos claros que começavam a ficar encardidos. O que o distinguia dos demais cães de rua era uma garbosa gravatinha azul.

– Esse cachorro tinha dono. Ainda está com uma gravata – Lamentou o dono do restaurante, sem muita coragem para tangê-lo.

Não era apenas a gravata que o distinguia. Também tinha modos delicados, de animal que conheceu o aconchego de um lar. Estendia a pata, era dócil e tranquilo. As asperezas da vida na rua, a exposição aos maus tratos ainda não o tinham marcado em definitivo.

Só os pelos longos é que estavam manchados de poeira e de lama. Infelizmente conheço pouco do mundo canino e de suas raças. Ignoro, portanto, qual era a sua raça, mas é dessas que fazem sucesso nos dias atuais.

Fiquei pensando na dor do animal perdido – talvez abandonado – exposto à rotina de maus tratos das ruas, de violência. Pensei também nos donos que, talvez, estejam desesperados à sua procura. Quem sabe se não há uma criança chorando sua perda? E ele vagando pela Boticário Moncorvo, pela Comandante Almiro…

Um sujeito, condoído, depositou na calçada as sobras do seu almoço. O cãozinho seguiu-o, dócil, a cauda balançado. Comeu e ficou atento às mesas em volta, aquela oferta fora insuficiente para matar sua fome.

Matutava sobre o triste destino do cachorro da gravatinha azul. Mais um animal infeliz perdido pelas ruas da Feira de Santana. Aquele tivera lar, alimento, carinho e atenções. Mas muitos outros – quantos serão? – vagam pelas ruas da cidade, em sofridas marchas e contramarchas. Integram matilhas, tornam-se hostis quando se sentem ameaçados.

Nem sei como terminar o texto. É costume cobrar do poder público, exigir soluções, inclusive para os problemas que afligem animais domésticos. Mas a realidade desanima. Gente é morta a torto e a direito pela Feira de Santana e há quem comemore com efusão. Como cobrar atenção ou cuidado para um cão perdido pelas ruas feirenses com sua gravatinha azul?

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André Pomponet
André Pomponet
Economista pela Universidade Estadual de Feira de Santana (2002), mestre em Administração pela Universidade Federal da Bahia (2012), exerce o jornalismo desde 1995, quando ingressou no extinto jornal Feira Hoje. Posteriormente, atuou em outros órgãos de comunicação e foi Chefe de Redação da Assessoria de Comunicação Social da Câmara Municipal de Feira de Santana.É colunista do Blog da Feira.
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