
Esse caminho é próximo ao Tanque da Matinha. Quando vim morar aqui, depois de pedir licença ao povo de Coleirinho da Bahia , adquiri o hábito de caminhar pelos arredores, pra mim a maneira mais natural, e eficiente, de conhecer uma área rural, o costume da gente com a terra, limites e caminhos que contam histórias do lugar. Daquele tempo pra cá, algumas ‘rotas’ que criei mudaram muito pouco. A Matinha tem histórias peculiares porque tem uma formação social peculiar, com bases muito solidificadas na solidariedade das lutas pela sobrevivência e pela posse da terra. Algumas recentes, como a de Candeal, trágica e heróica.Outras remontando a antigas migrações quilombolas, cujo símbolo de união e origem é o Tanque da Matinha, coração do território do Distrito. A grande e surpreendente riqueza é o Tanque estar vivo nos dias de hoje, quando a água dele já não é a vida da população moradora. Ele não sofreu grandes ataques à sua integridade a não ser a ausência completa de uma mata ciliar. Os mais ligados na história falam em uma baraúna antiga que fazia sombra à margem do reservatório. Hoje dá pra se fazer uma mata de baraúnas e outras nativas circulando e protegendo o Tanque querido.
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