Dezenas de comunidades rurais quilombolas na Bahia e Sergipe estão ameaçadas pelo projeto de implantação de uma Linha de Transmissão que sai do litoral sergipano e vai até o município baiano de Sapeaçu, impactando as terras e o modo de vida das pessoas que moram nos locais por onde ela passa.
Na Bahia 12 municípios serão diretamente afetados pela “LT 500 kv Porto Sergipe-Olindina-Sapeaçu C1 e ampliação das Subestações (SE) associadas, entre eles Feira de Santana, atingindo a comunidade quilombola de Lagoa Grande, no distrito rural de Maria Quitéria.
A linha corta também a Área de Proteção Ambiental Lago Pedra do Cavalo, afetando não só o meio ambiente natural, mas o patrimônio paisagístico e cultural que se traduz em lazer, beleza e turismo.
Nos 55 metros em torno da linha e de suas torres, em razão do forte campo magnético que geram, serão proibidas construções e uma série de atividades humanas e produtivas. São previstos derrubada de moradias e de vegetação, mal funcionamento de equipamentos eletrodomésticos, barulho, riscos de acidentes elétricos. Pesquisas científicas também indicam graves riscos para a saúde humana, como o aumento dos casos de leucemia nas populações expostas a esse campo magnético.
Com apoio da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), através do Grupo de Trabalho Conflitos Socioambientais criado por essa universidade para esse propóstito, e de entidades associativas e culturais dos dois estados, as comunidades quilombolas estão mobilizados para impedir a implantação do projeto e suas consequências danosas à vida dessas comunidades.
No último sábado, dia 6, numa live promovida pelo movimento agroecológico Teia dos Povos o assunto foi debatido por representantes da UEFS (Flávia Pita) e de duas comunidades quilombolas: da Lagoa Grande de Feira de Santana (Francisca Fonseca) e da Subaé em Antônio Cardoso (Luciete Duarte). (foto).
A conversa girou em torno dos prejuízos materiais e culturais que essas comunidades sofrerão se a linha for implantada e das formas de mobilização necessárias para impedi-la. Os debatedores também destacaram a falta de apoio e respaldo das Prefeituras e outros órgãos púbicos dos municípios atingidos e as dificuldades para que o assunto seja esclarecido em outras comunidades quilombolas nos dois estados.
Na Bahia, além de Feira de Santana e Antônio Cardoso, o projeto prevê a passagem da linha pelos municípios de Itapicuru, Olindina, Nova Soure, Sátiro Dias, Biritinga, Água Fria, Santanópolis, Santa Bárbara, Santo Estevão, Cabaceiras do Paraguaçu e Sapeaçu e Anguera.
Nos próximos dias, acontecerão outras atividades acerca do tema. Informe-se e acompanhe essa luta aqui Blog da Feira.
Para outras informações acesse:
Fonte de alta tensão e a leucemia
Os danos à saúde e as fontes de alta tensão(Fiocruz)
Os riscos trazidos pela linha de transmissão Sergipe-Sapeaçu
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